Neste mês de fevereiro de 2021, como Provincial, já estive presente visitando 03 comunidades e lugares onde há idosos espiritanos:
Queimados – Rio de Janeiro, São Paulo e Ribeirão Preto.
Ontem, precisamente, depois de tomar o primeiro avião✈ cheguei numa cidade dentro do gigante Estado de São Paulo para ver, visitar e fazer as gestões, também econômicas, em favor de um Sacerdote de 81 anos, membro da nossa Província, que está internado numa clínica com outros idosos, em acompanhamento intensivo porque é dependente de cuidados, teve AVC, tem Alzheimer e avançada demência senil.

Ele, por exemplo, trabalhou muito, inclusive na nossa Casa Geral em Roma, fez enorme bem em paróquias mas chegou a esta etapa: Pe. Manuel Martins – está com enormes limitações. Seu desejo era ficar perto da família de sangue. Gestionamos e nos ajudamos entre família e Congregação.
Nesta situação, como a mencionada, precisamos como Congregação/Província, por exemplo, cinco mil reais mensais para manter a um idoso nestas circunstâncias.
Nesta partilha, impulsiono a todos à unidade, corresponsabilidade e comunhão por este projeto (comunidade com idosos e enfermos) que precisa ser sustentável.
Estou aqui olhando e pensando, ao longo desta viagem, sobre os vários aspectos ao redor da velhice na vida de um religioso e por minhas mãos, letras escorregaram e o texto abaixo foi ganhando algum formato de pensamento em voz alta…
Pode ser que estes pensamentos também sirvam para famílias, leigos e religiosas…

Cada um leve-o para perto da sua realidade.
É notável na vida religiosa missionária a importância do bom testemunho pessoal, comunitário, eclesial e social da convivência entre gerações seja em ambiente nativo, local/nacional seja em ambiente de internacionalidade.
É verdade também que a pluriculturalidade gera algumas dificuldades e discrepâncias – nem tudo é jardinável e fértil – porém, é maior ainda a riqueza em valores, em sentido da vida e princípios humanos.
Entre nós, espiritanos, sejam evidentes estas boas práticas.
Para alguns a velhice pode chegar com cruz pesada, com feiúras, dores, cansaço, insegurança, injustiça, amargura e medos.
Para outros a velhice chega com frutos, realizações, no meio da resiliência, paz interior, sabedoria, serenidade, da alegria, do desejo de viver, num estilo saudável, com muito sentido e sabor de vida abundante…
E COMO VOCÊ ESTÁ ENVELHECENDO?
COMO ESTÁ A SUA SAÚDE? CUIDA?
VOCÊ TEM QUALIDADE DE VIDA?
QUE HÁBITOS SAUDÁVEIS VOCÊ TEM?
QUE MEIOS FINANCEIROS JÁ PREVÊS ?
VOCÊ ESTÁ CONTRIBUINDO DE QUE JEITO PARA A VELHICE DO FUTURO PRÓXIMO?
SABE A HORA DE PARAR?
ACEITA ORIENTAÇÃO?
É COMUNITÁRIO?
COMO ESTÁ ACOLHIDO ONDE VOCÊ ESTÁ?

O QUE ESTÁ FAZENDO?
COMO ESTÁ SENDO?
Ser missionário não é só produzir nem ser tarefeiro ou viver no ativismo.
E por onde seguir?
Em Comunidade?
Em Família?
Em lares/abrigos?
Em clínicas?
Em alternativas A e B?
Em adaptação de lugares?
Em um lugar específico para esta etapa?
Aqui no Brasil, os idosos que ainda têm boa mobilidade física estão acolhidos, por encaminhamento provincial, nas comunidades pastorais e nas comunidades formativas de novos missionários.
Uma das maiores missões de um idoso pode ser a ORAÇÃO – Sim, isto mesmo – INTERCEDER.
A presença de um idoso e/ou enfermo na comunidade já ecoa por si de modo positivo.
Como é bom e humano ter um avôzinho por perto! (mesmo não sendo tão simples e fácil).
É missão também nossa acolher, expressar o carinho, enriquecer-lhes mais ainda de amor e oportunizar a dignidade.
COMO ORGANIZAMOS ISSO AQUI?

E O PLANO DE SAÚDE?
E A APOSENTADORIA?
E A INFRAESTRUTURA?
E O ACOMPANHAMENTO MÉDICO?
E OS CUIDADOS INTENSIVOS?
E AS INTERNAÇÕES?
E A ALIMENTAÇÃO?
E A HIGIENE?
E À MEDIDA QUE FOR DEPENDENTE?
Nesta idade – ao acumular tantas décadas há um testemunho de fidelidade e de resiliência.
É um banho de sabedoria – ora, os que ainda conservam a memória são verdadeiras bibliotecas ambulantes;
Nos seus passos lentos e voz enfraquecida, nos ensinam a ver melhor, a ir com menos pressa, a distrair-nos menos daquilo que é essencial.
Um idoso nos dá mais sentido à fé e à vida.
Tem também o idoso a missão – se possível – de interceder, de ser este santuário e este pilar de bom conselheiro.
Evite ser teimoso, ranzinza, controlador, gritão ou o “sabe-tudo”.
Também não abuse da idade, nem dos direitos. Idoso também contrai obrigação e missão. Seja paciente, tolerante, compreensivo, misericordioso e dócil.
Sejam generosos com a Congregação – lembre-se que todo o seu patrimônio e legado foi construído e adquirido através dela.
Queridos idosos não desprezem esta etapa mas também acolham os jovens.
Jovens acolham os anciãos.
Transmitam a fé, a esperança, o sentido e o valor da vida.
Coragem na alegria de ser missionários até o fim.
Pensando em voz alta,
Caminhando Juntos,
Pe. Leonardo da Silva Costa, C.S.Sp.
Provincial/Brasil



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